mundo é um livro, e quem não viaja lê apenas uma página - batizado do pedro
O mundo é um livro, e quem não viaja lê apenas uma página.
(Santo Agostinho)
Começo com essa frase porque ela tem cara de começo de capítulo.
Janeiro foi um mês arrastado, uma estação em loop.
E esse batizado — no primeiro dia de fevereiro — veio como quem abre uma janela depois de dias respirando ar viciado.
Volto pra essa família três anos depois do batizado da Teresa.
Agora é o Pedro.
E é curioso como, na fotografia, o tempo não corre. Ele se acumula.
Teresa, que antes cabia no colo, agora discute, argumenta, brilha.
Crescer é mesmo um espetáculo — e vê-la assim, inteira, me lembra por que ainda vale a pena acreditar no futuro.
Eventos são meu batimento. Fora deles, tudo parece mudo demais.
A vida perde contraste, perde som.
Quando a temporada esfria, sinto a ausência dos encontros, do barulho bom da vida vivida, da bagunça bonita que é estar com os outros.
Nos eventos, as pessoas se permitem sentir de verdade — e eu, com uma câmera na mão, viro cúmplice dessa poesia involuntária que é o afeto.
O dia foi puro amor. Sem firulas. Com presença real, com pais que entendem que educar é estar.
Educar é amar com o olho, com a escuta, com o tempo que se oferece sem alarde.
Porque amor, ao contrário do que dizem, não acontece por acaso.
Ele se constrói. Nos detalhes. E só dura quando é feito à mão.
Nas imagens, o que salta não é só o que foi visto, mas o que se sentiu:
o olhar cúmplice entre pais e filhos,
a infância como um lugar sagrado,
a urgência de guardar no peito o que a vida tenta fazer passar rápido demais.
Fotografar, aqui, foi como escrever uma carta para o futuro.
E esse futuro — eu desejo — vai abrir essas imagens e dizer:
"Era isso. Isso aqui era amor."




















































































