Baptizado da Concha
"Constância", é como eu chamo a nossa relação.
Tentei fazer um cálculo de quantas vezes fotografei essa família, mas não consegui, já me perdi no tempo. Então achei melhor falar em voltas do sol. A primeira vez foi há mais de 5 anos atrás, eu era recém chegada em Lisboa, não tinha nome, não tinha referência e acredito que pela minha insistência ou simpatia essa família abriu a casa para mim. Antigamente (um tempo não tão distante), entrar nas casas das famílias para fotografar as suas histórias era ainda mais desafiador que hoje.
Maria já era Maria, acho que ela tinha 8 anos e já tinha os discursos extremamente coerentes e sensatos, os mesmo que tem agora mais maduros, com seus 12 anos. Manuel já era Manuel, a andar pelo seu próprio mundo com coragem e disciplina, Concha era bebé e não andava, mas ria muito, tão fofinha.
Concha tem nome de coisa preciosa e protegida pelo valor, assim é. Nessa família há um concentrado muito interessante de paternidade, maternidade e irmandade, todos sabem e desempenham o seu papel. Assim, a cama está sempre arrumada, os imãs da geladeira ordenados. Há um cão fofo, mas não se vê os seus pêlos pela casa, toda vez que eu os fotografo pergunto a mim mesma: por que não consigo manter a minha casa arrumada, se sou uma e dois gatos e eles são cinco + 1 bichano? hehehe
A beleza tem o poder de arrancar o sim, é assim que fotografo a história dessa família, o imprevisto dá ideias, o clique nasce do descuido sem culpa, da entrega a alegria e a intimidade que já firmamos. É por famílias assim que tenho orgulho de dizer: sou a fotógrafa dessa família.
Obrigada por 5 anos atrás, obrigada por hoje e pelo que mais vier pela frente @catarina.cotas ❤️
